Esta Semana: A essência do homem

...MARGUERITE DURAS

Sento-me no banco. Estou extenuada com a beleza do corpo de Hélène Lagonelle estirado contra o meu. Este corpo é sublime, livre debaixo do vestido, ao alcance da mão. Os seios são como nunca vi nenhuns. Nunca os toquei. Ela é impudica, Hélène Lagonelle, não se dá conta disso, passeia-se nua pelos dormitórios. O que há de mais belo, de todas as coisas dadas por Deus, é este corpo de Hélène Lagonelle, incomparável, este equilíbrio entre a estatura e a maneira como o corpo oferece os seios, fora dele, como coisas separadas. Nada é mais extraordinário que esta rotundidade esterior dos seios oferecidos, esta exterioridade estendida para as mãos.

in O Amante, 1984

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