...ANTÓNIO RAMOS ROSA
O teu corpo duplica o meu corpo
e vejo por ti o horizonte
O mundo torna-se uma casa de folhagem
em torno da minha fragilidade vegetal
Como sólida corça me sustentas
e temperas os ramos dos meus nervos
com a tua delicada voz de pássaro
Sinto a vibração do teu odor secreto
e o murmúrio dos teus músculos de lua
O teu rosto é uma vogal de água
em que perpassa a brisa de um sorriso
A noite desce mas tu és o círculo da minha
segurança sempre errante
e a haste de clara primavera
que perfuma a minha mente obscura.
in O Teu Rosto, 1994
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